Touro Senepol é caminho para melhoramento genético do rebanho

Qual é o caminho para o crescimento e melhoramento da pecuária de corte no Brasil? Bom, vamos analisar isso em números?

Temos na pecuária do nosso país uma conta que parece não bater. Hoje, existem mais de 60 milhões de vacas que não são cobertas nem por touro registrado nem com dose de sêmen. Ou seja: elas ficam às margens de qualquer tipo de procedimento de melhoramento. Esse dado, da Embrapa Gado de Corte, reforça o que o setor já vem discutindo há tempos: o Touro melhorador é a principal resposta para o próximo salto evolutivo da pecuária nacional, e este salto é aumentar a qualidade da nossa carne, e não mais apenas a quantidade. Dentro deste cenário, os Touros Senepol entram como favoritos na escolha do pecuarista bem informado, por diversos fatores muito objetivos.

Por que os Touros Senepol são tendência no melhoramento genético de rebanhos de corte?

Os Touros Senepol têm uma capacidade incrível para a reprodução. E isso começa cedo. Os garrotes cobrem a partir dos 14 meses de idade e um Touro Senepol adulto cobre entre 50 e 60 vacas a campo, com índice de prenhez superior a 90%.

Revendo nossa história, o pesquisador Antônio do Nascimento Ferreira Rosa, da Embrapa Gado de Corte, relembra que, nos últimos 40 anos, o Brasil deu um verdadeiro salto evolutivo na pecuária de corte, por meio da melhora da nutrição, com novos cultivares de pastagem, sais minerais, melhoramos também o manejo, a gestão de propriedade e a genética. O incremento de tecnologia foi tanto que, para se ter uma ideia, há 40 anos eram 660 mil doses de sêmen/ano. Hoje, são 8 milhões de doses/ano.

Apesar desta evolução, ainda temos muito que crescer. Se hoje nós já estamos entre os principais países produtores de quantidade de carne, ainda estamos longe dos principais países produtores de qualidade de carne. Por isso, garantir o melhoramento genético do rebanho é o próximo grande desafio. O Touro Senepol é 100% taurino, reconhecido mundialmente pela qualidade excelente da carne.

Rebanho SenepolNúmeros explicam tese

De acordo com os dados da pesquisa da Embrapa, um touro representa de 84 a 88% do melhoramento que é possível dentro do rebanho. O resultado, portanto, ao trabalhar com touros melhoradores, é agregação de valor em escala, que produzirá um produto de maior qualidade em menor tempo, gerando mais rentabilidade na propriedade. É aí que o pecuarista deve investir.

Segundo os estudos da Embrapa, o impacto de um touro melhorador em um rebanho comercial é de no mínimo 18 kg em média por bezerro na desmama. Quando se fala em raças taurinas no cruzamento industrial, como o Senepol, este número é ainda maior e, além disso, o produtor ainda ganha um plus na comercialização do bezerro, já que o mercado paga um ágil maior no animal meio-sangue taurino/zebuíno. Uma pesquisa realizada com mais de 300 pecuaristas do Brasil aponta que mais de dois terços dos produtores que trabalham com meio-sangue Senepol recebem bonificação dos frigoríficos. Em média, a maior valorização em comparação com outras raças é na venda de novilhas (23%), seguida por boi magro (18%) e bezerro (17%).

Touro Senepol: presente e futuro

O Touro Senepol é a única opção de raça taurina capaz de realizar monta no pasto em países de clima quente, como o Brasil.

Quando um Touro Senepol é introduzido para o melhoramento do rebanho, os ganhos são evidentes, já que, por aqui, nosso rebanho comercial é formado majoritariamente por raças zebuínas, como a Nelore, e, como a raça Senepol é 100% taurina, o cruzamento entre elas gera 100% de heterose a pasto (é o chamado choque sanguíneo, que comprovadamente gera melhores resultados na progênie).

O fruto deste cruzamento é um animal meio-sangue Senepol, que melhora a vida do pecuarista desde novo. Os bezerros nascem pequenos, com em média 35 kg, sem causar problemas de parto para a mãe. São animais com precocidade impressionante, ganhando peso rápido e alcançando desmama com em média uma @ mais pesado em comparação com outras raças.

+ LEIA MAIS: 10 motivos para investir no meio-sangue Senepol

Pela sua facilidade em ganhar peso, o meio-sangue Senepol atinge maturidade com agilidade, abatendo mais rápido que as demais raças. Os machos abatem em média 4 meses antes que as demais raças, enquanto as fêmeas abatem em média 5 meses antes que as demais raças.

Outro dado interessante é que estudos realizados nos EUA e Austrália apontam que o cruzamento com a raça Senepol diminui consideravelmente os índices de infestação de moscas e carrapatos do rebanho.

Por ser uma raça oriunda do N’Dama, única raça taurina naturalmente resistente à mosca que causa doença do sono ou Tsé-tsé no continente africano e a carrapatos, o Senepol possui uma capacidade imune elevada. O meio-sangue Senepol apresenta pelo curto (zero) e de alta densidade de fios (porém não é cabeludo como a maioria dos taurinos), gerando maior dificuldade de acesso dos parasitas à pele do animal.

Gado SenepolCrescimento do rebanho

E os números oficiais mostram que o Senepol tem ganhado a confiança dos produtores. O rebanho teve um crescimento de 11,2% em 2018, de acordo com os dados divulgados em fevereiro pela Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol. Com os novos números, a raça já chega a casa dos 100 mil exemplares.

Oficialmente, o ano de 2018 fechou com 99.778 exemplares registrados. O que chama a atenção é o crescimento exponencial que a raça está tendo desde 2012. O rebanho cresceu quatro vezes. A expectativa da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol (ABCB Senepol) é de que a procura pelo Serviço de Registro Genealógico (RGD) se intensifique ainda mais na próxima década, já que atualmente o mercado já sente falta da oferta de Touros Senepol, cada vez mais procurados para melhoramento genético de rebanhos de corte.

Em 2019, chegou ao mercado ainda o selo SQA, Senepol Quality Assurance, que certifica a carne Senepol em nosso país. Touros Senepol que seguem à risca o PMGS (Programa de Melhoramento Genético Oficial da Raça Senepol) produzirão filhos que poderão ter sua carne certificada, gerando ainda mais valor ao produto final perante frigoríficos e mercado consumidor, que está cada vez mais exigente em termos de qualidade de carne.

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